SECONDA PRATTICA
Recital - 17 de junho às 18h30.
Sala Juvenal Dias.
Coordenação: Profa. Jacyara de Araújo
PROGRAMA
1. Tempro la Cetra - CLÁUDIO MONTEVERDI
Alexander Schimith
2- Al fonte al prato – GIULIO CACCINI
Bárbara Penido
3- Fere selvaggie - GIULIO CACCINI
Gabriel Peck
4- Non ha'l ciel cotanti lumi - GIULIO CACCINI
Fernanda Araújo
5- Amarilli mia bella - GIULIO CACCINI
Alexander Schimith
6- Dalla porta d’ oriente - GIULIO CACCINI
Eduardo Ribeiro
7- Perchè fuggi, perchè fuggi - CLÁUDIO MONTEVERDI
Gabriel Peck e Alexander Schimith
8- Dice la mia belíssima Licori – CLÁUDIO MONTEVERDI
Diego Almeida e Alexander Schimith
9- Io son pur vezzosetta pastorella – CLÁUDIO MONTEVERDI
Bárbara Penido e Fernanda Araújo
10- Eccomi pronta ai baci – CLÁUDIO MONTEVERDI
Eduardo Ribeiro, Gabriel Peck e Diego Almeida
11- Clori amorosa - CLÁUDIO MONTEVERDI
Fernanda Araújo
12- Lidia spina del mio core - CLÁUDIO MONTEVERDI
Luciana Tolentino e Eduardo Ribeiro
13- Fugge il verno di dolore - CLÁUDIO MONTEVERDI
Iolanda Camilo
14- Amor che deggio far - CLÁUDIO MONTEVERDI
Sarah Lugon, Diego Almeida, Luciana Tolentino e Eduardo Ribeiro
15- Quando l´ Alba in Oriente – CLÁUDIO MONTEVERDI
Raíssa Brant e Eduardo Ribeiro
16- Zefiro Torna - CLÁUDIO MONTEVERDI
Diego Almeida e Alexander Schimith
17- De la Belezza le Dovute Lodi - CLÁUDIO MONTEVERDI
Bárbara Penido e Eduardo Ribeiro
GRUPO SECONDA PRATTICA - Coordenação: Profª Liz Xavier Composição Cênica/Coreográfica: Profª Jacyara Araújo Cantores: Alexander Schimith, Bárbara Penido, Diego Almeida Fernanda Araújo, Luciana Tolentino, Gabriel Peck, Iolanda Camilo, Sarah Lugon, Eduardo Ribeiro* Figurantes: Priscila Neves, Joyce Carolina Spinetta: Lara Tanaka* Violino Barroco: Vitor Dutra* e Waldir Gomes* Flauta Doce: Lúcia Alves* e Marília Nunes* Teorba: Daniel Morais* Violoncelo: Augusto Pimenta*
*Músico Convidado
SECONDA PRATTICA ENSEMBLE
O movimento humanista que surge em Florença, no final do séc. XVI, fundamentou uma análise estética, histórica e musical. O estudo sobre a tragédia grega nos mostra que toda formulação poética do pensamento ou do sentimento, claramente enunciados sendo interpretados com múltiplas acentuações e variações de entonação vocal. Foi desse modo que a ópera se concebeu pelos primeiros teóricos ao período barroco.
Grupos de intelectuais se formaram por toda a Itália entre os séculos XVI e XVIII. Intelectuais, músicos, poetas e filósofos florentinos buscaram na cultura grega e em suas formas sociais, subsídios para empreender um novo caminho que colocaria, de forma visceral, a música à poesia, aproximando o canto da cena, do teatro, das personagens, conectando intimamente Canto e Alma. Forma-se a Camerata Bardi, os componentes estavam integrados a“uma perspectiva artística que propunha uma arte expressiva que pudesse educar a sensibilidade, formar e desenvolver humanamente o ouvinte.”
É no contexto intelectual da Camerata, que se insere Giulio Caccini. Músico, compositor e cantor, que desenvolve um novo estilo à declamação que mobiliza os afetos da alma. Engendra uma nova arte de cantar, o stile recitativo, inovação musical que valoriza o canto solista, dando ênfase à poesia e a dramaticidade que estaria irremediavelmente ligada à prática operística dos séculos seguintes. Em 1601, publica uma das mais importantes obras para o canto: Le Nuove Musiche, uma coleção de canções - a monodia acompanhada pelo baixo contínuo.
No panorama dessa revolução musical, estava um gênio: Claudio Monteverdi, que sobrepõe os dois sentidos gregos da imitação, a Representação e a Expressão, marcando a transição polifônica do séc. XVI para o nascimento da ópera no séc. XVII. Sua música, fundada sobre o controle do ritmo e da harmonia; cria formas, escrituras harmônicas expressivas, sutileza nas modulações e na voz, servindo à retórica. Abraça o trágico e o torna a mais alta expressão da alma humana, com elementos estruturais, estilísticos e texturais que se desenvolverá nos séculos seguintes.
O stile concitato (agitado), expressando sentimentos exacerbados de paixão, imprimindo maior dramaticidade do discurso musical; stile representativo, (drama), a música concebida em função do drama, que culmina na criação da ópera. Na secconda prattica (estilo moderno contrário a prima prattica de Palestrina, e as limitações rigorosas do contraponto), a voz solista é tratada de modo que resulta intensificado, todos os sentimentos das palavras, sem que nada escape a percepção do ouvinte.
Este concerto celebra o nascimento do canto solista, a voz como protagonista e que se manifesta na sua incrível diversidade no pensamento grego.
Profª Liz Xavier.
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